quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Rapto de Isabelle - Parte VI



Isabelle passou o resto do dia presa na cabine e foi com grande surpresa e apreensão que recebeu o bilhete se Sebastian lhe convidando para jantar. “Oh, céus, o que faria?”  Poderia... poderia  voltar a encará-lo depois do que ocorreu naquela manhã? E se toda vez que olhasse para ele lembrasse “daquilo”? Teria de dar um jeito! Se  não comparecesse, era possível que ele voltasse com o machado  e pusesse a porta abaixo novamente.
Apesar das apreensões, Isabelle esmerou-se  na arrumação. Não que quisesse impressionar Sebastian! Longe disto! Ele  não era o seu tipo e aquela boca e aqueles olhos e.... aquele peito largo ... e musculoso não tinham  nenhum  interesse para ela!
Não. Nada disso. Era uma lady e se comportaria como tal. Falaria  e pensaria sobre coisas virtuosas e evitaria lembrar daquele pedaço de mal caminho desnudo!
Quando aproximou-se do horário do jantar, Horácio foi buscá-la na cabine e a conduziu ao encontro de Sebastian. Ela entrou na cabine ocupada por ele, decidida a  manter a compostura, mas foi só olhar para o lorde e a sua determinação caiu por terra! Estava magnífico! Ai, ai,ai,ai,ai!! Isso não iria acabar bem!
Sebastian ouviu a batida tímida  na porta e um calafrio lhe percorreu a espinha. Tentou manter a calma e ordenou que ela entrasse. Ela o fez, e, ele notou que parecia uma coelhinha assustada que adentrava na toca do leão. Ele cruzou o aposento para tomar-lhe a mão. Curvando-se numa leve mesura, ele beijou-lhe as costas da mão.
__Está belíssima, milady!
__Obrigada milorde.
__Gostaria que me chamasse de  Sebastian.__ pediu ele conduzindo Isabelle para amesa e ajudando-a a sentar-se.
__Não creio que seja apropriado, milorde.
__Minha cara lady Isabelle, ainda não notou que já ultrapassamos os limites do que é apropriado?__disse ele sorrindo de modo cínico.
Isabelle mexeu o guardanapo nervosamente.
__Não sei do que está falando.
__Tem certeza? __ Sebastian falou erguendo uma sobrancelha e exibindo um sorriso muito sensual.
Droga! Daquele jeito atitudes e pensamentos virtuosos não iriam lhe ajudar em nada.
__Absoluta! Não está calor aqui? __ perguntou ela olhando ao redor da cabine.
__Acho que não. Está com calor,bella? Talvez um pouco de vinho ajude a aplacar esse calor milady.
Terminaram o jantar em silencio. Alguns minutos depois, Sebastian deu a volta á mesa e, assistindo-a a se levantar conduziu-a até as escotilhas que se abriam para o mar tranqüilo. Para que pudesse olhar para ela, apoiou-se a uma viga mais próxima a escotilha. Isabelle por sua vez, manteve os olhos fixos no oceano.
__O mar é muito bonito, não acha?
__Muito.
Por mais que se esforçasse, Isabelle não conseguia ignorar a presença tão vivida e marcante ao seu lado. E o olhar que ele lhe dirigia ... de  tão intenso, parecia tangível. De uma momento para o outro, o coração dela disparou. E quanto mais o silencio se prolongava, mais nervosa ficava. Estava a beira da explosão, quando virou-se para encará-lo.
__O que foi? __ perguntou ríspida. __Fiquei verde, por acaso?
Mas ele nada respondeu. Afastando-se da viga, Sebastian foi se colocar diante dela.  Isabelle mordeu o lábio. Era como se sentisse o calor do corpo dele transmitindo-se para o seu. O ar ao redor de ambos parecia carregado de uma energia que ela desconhecia. Erguendo uma  das mãos ele começou a acariciar seu rosto.
“Ah, não” pensou Isabelle. “De novo não.”
Mas não adiantava recriminar-se. Seu corpo já reagia ao toque sensual de Sebastian.
__Milorde, o que pensa...
__Diga o meu nome.
__O-o que?
__Quero que diga o meu nome, bella.__ pediu ele acariciando a curva do seu pescoço.
O coração de Isabelle disparava no peito. Ela arfava ante aquele toque.
__Não creio que seja...
__Vamos, bella. Quero ouvi-la dizer o meu nome. Vamos, diga. Diga para mim!
__Se-Sebastian.
Ao ouvir como soava seu nome de batismo nos lábios de Isabelle, Sebastian quase perdia o pouco controle que conseguia manter. Oh, como desejava ouvi-lo de novo; que ela o dissesse outra vez com aquela voz tão suave e sedutora.
__Diga outra vez__pediu com voz rouca, fitando seus lábios.
__Sebastian.
Um sorriso desenhou-se nos lábios dele. Então inclinou mais a cabeça e Isabelle preparou-se para receber um  beijo, mas em vez disso ele apertou os lábios sobre a veia que palpitava irregularmente na parte lateral do seu pescoço.
Os lábios dele eram quentes e suaves. Ela tentou manter-se firma, aparentar que ele não a excitava, nem a fazia tremer feito um pudim. Uma sinfonia de necessidades e sensações estavam a invadi-la, sem que ela pudesse fazer nada para remediar. A boca de Sebastian moveu-se para cima, brincando com a sua orelha e depois deu beijos úmidos ao longo de sua face.
 Isabelle tentou não prestar atenção ao desejo irrefreável que a invadia, respirou profundamente e, tentou manter-se tão distante quanto qualquer mulher podia quando um homem estava a lisonjear seu corpo com  mil caricias delicadas. Mas quando ele começou a beijá-la por todo o rosto, exceto nos lábios, ficou surpreendida ao descobrir como ansiava pela boca dele sobre a dela. Oh, como desejava que a beijasse outra vez na boca.

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