__Jasper, quero que vá a cidade e
compre o que vamos precisar.
__Milorde não irá mais?
__Preciso vigiar a nossa hóspede.
__Mas ela está no navio. Horácio e os
rapazes estão lá.
__Não confio naquela lady, e Horácio pode
ser enganado até por uma criancinha. Vamos. Ande. Ficarei aqui vigiando. Se ela
tentar fugir, eu a deterei.
De volta ao navio...
Isabelle se esgueirava pelas paredes e
sombras. Seria assim que se sentia um espião? Sair da cabine foi muito fácil,
afinal a porta não estava trancada. Aparentemente, o conde esquecera deste
pequeno e valioso detalhe. Passar pela tripulação seria mais complicado. Pelo
menos, os corredores estavam desertos e a escuridão do anoitecer a ajudaria.
Estava quase no convés, escondida
atrás de alguns barris... só precisava chegar ao ponto de desembarque... Estava
quase lá... quase lá... quase...
__Milady!
__Ai! Pilou assustada.
__Perdão, milady. Não queria assustá-la.
__Sr. Horácio. Me assustou mesmo.
__O que faz aqui?
__Lorde Sebastian falou que poderia
andar por onde quisesse.
__Ah, sim. Ele falou mesmo... mas sem
acompanhante?
__Bom, estou com o senhora agora, não
estou?
__Sim, mas...
__Além do mais senhor Horácio, não
posso ficar presa lá embaixo o tempo todo, verdade?
__Verdade, milady. Mas está um pouco
frio aqui, milady não tem um agasalho.
__Sim! Mas que cabeça a minha! Poderia,
por favor ir a cabine buscar para mim, senhor, Horácio?
__Milady não vai tentar fugir, não é
mesmo? _ perguntou estreitando os olhos.
__E para onde eu poderia ir? Não
conheço a França e está escurecendo. Seria loucura me expor desse jeito.
__Milady é uma dama sensata! Não é
como milorde diz.
__Ah é? E o que o lorde diz, senhor
Horácio?
__Que milady é “ uma mulher difícil”.
Ah... acho que eu não devia lhe contar isso. _ refletiu coçando a cabeça.
__Não tem problema. Agora, poderia ir
buscar meu agasalho?
__Estou indo milady.
Isabelle olhava Horácio se afastar
assoviando. Era agora ou nunca. Arregaçou as saias e disparou na carreira para fora do navio, e
continuou correndo para a sua liberdade!!!
Como ela falara com Horácio, seria
loucura se expor, mas loucura maior seria seguir viagem com eles.
Perto dali, Sebastian observava a
desmiolada lady correndo para fora da segurança do navio para a escuridão...
Era louca! Não pensava que poderia ser atacada? Algum malfeitor poderia
capturá-la e abusar dela...
De repente, Sebastian soltou um
rosnado ao imaginar qualquer outro homem tocando naquela impertinente. Ela era
dele, afinal. Bom, sua refém... hóspede... o que fosse, mas era Dele!
E pôs-se a correr atrás dela para
evitar que aquela doidivanas se envolvesse em alguma confusão.
Isabelle corria como louca, pois disso
dependia sua vida. Precisava se afastar o máximo que pudesse dali para tentar
voltar para casa. Tinha de fugir para bem longe antes que o conde desse por sua
falta. Suas pernas doíam pelo esforço, correndo sem olhar para trás... até que
percebeu alguém correndo atrás de si.
“Oh céus! Malfeitores!”
“Oh, Senhor, não permita que me
capturem!”
Suas preces, porém não foram atendidas.
Instantes depois, os braços fortes de Sebastian a enlaçaram pela cintura, e
desequilibrados ambos foram parar no chão.
Caindo por cima, Isabelle começou a
bater no peito largo, na esperança de que ele a soltasse, mas seus esforços
foram inúteis. Ele lhe apertou com tanta força que simplesmente lhe privou de
todo e qualquer movimento. Percebendo que seria
perda de tempo e energia tentar lutar contra um homem tão forte, ela
parou de se debater e encarou aqueles olhos poderosos. Olhos que a zanga agora
faziam cinzentos e frios. Isabelle sentiu medo da reação dele.
Para seu alivio, ele a largou e se pos
de pé. E então, sem lhe dar tempo para nova fuga, ergue-a do chão com espantosa
facilidade e a colocou sobre o ombro.
__Me solte! Seu... seu... seu bruto!
__Não quero mais brincar de correr atrás
de você minha cara lady.
Chegando ao navio....
__Chefe, graças a Deus! Disse Horácio nervoso.__ Vejo que recuperou a
dama.
__se prestasse mais atenção em nossa
hóspede, não precisaria recuperá-la__ berrou.
__Senhor Horácio, faça-o ver que
precisa me deixar ir.
__Horácio não tem influencia sobre
mim, milady. E se sabe o que é melhor para si,
não tentará fazer outra bobagem como esta.
Sebastian dirigiu-se a cabine e
colocou Isabelle no chão.
__Ficou louca? Sabe dos perigos que
existe lá fora e a que se expôs? Berrava sem parar.
__E quer dizer que estou mais segura
aqui?
__Sim!! Aqui ninguém lhe fará mal, sua
tola!E lá fora não tem que lhe proteja!
__Não preciso de proteção. Preciso de
minha liberdade. E não quero conversar com milorde!!! Portanto, deixe-me a sós!
__Essa é minha cabine! __ retrucou
Sebastian a beira do descontrole.
__Não é mais. Já que serei
mantida nesse navio contra a minha
vontade, agora ela é minha. E sugiro que milorde vá se ocupar de seus afazeres,
enquanto brinca de ser capitão de navio!
__Está me desafiando, mulher... __
Avisou Sebastian, olhando-a de modo perigoso.
__vamos, vamos... não quero mais
conversar com você!__ Vá brincar de pirata!! __ ela falou empurrando-o para
fora da cabine e fechando a porta em sua
cara!
Quando Sebastian recuperou-se da
surpresa e tentou entrar para esclarecer algumas coisinhas, viu que ela
trancara a porta.
Que audácia! Como ousava? Ninguém, ninguém dizia a Sebastian Di Romanzi, conde
Di Passions aonde ir e o que fazer!!
Enfurecido, foi até a sala de
ferramentas e voltou dela com um machado. Sem hesitar, derrubou a porta com
apenas algumas machadadas.
Isabelle havia tirado o vestido sujo e
trajava apenas uma fina combinação, quando horrorizada viu a porta vir abaixo.
__Nunca mais coloque uma porta entre
nós!__ bradou ele num tom enfurecido.
Isabelle arregalou os olhos diante
daquele homem enorme e enfurecido, segurando um machado nas mãos, e lembrou-se
que estava quase nua diante dele. Tentou correr para a cama para se cobrir com
a colcha, mas ele foi mais rápido. Jogando o machado no chão, prendeu Isabelle
entre a parede e seu corpo enorme.
__O que... o que...?/
__Não faça mais isso, milady!__ disse
ele olhando para seus lábios.
__Eu...
Mas ele não deixou Isabelle terminar o
que ia dizer. Sebastian tomou seus lábios num beijo simplesmente irresistível.
Isabelle sentiu a cabeça girar, enquanto ele lhe explorava os recônditos de sua
boca. O beijo era bom, muito bom e Isabelle só desejava ficar cada vez mais
colada a ele. As caricias dele tornaram-se ousadas, e longe de envergonhar-se,
Isabelle desejava que ele não parasse. Ele lhe acariciava os braços, as costas,
o pescoço, enquanto a encantava com seu beijo. Ela estava num transe tão
profundo e misterioso que a única coisa
que pensava era: ”Não pare. Não pare!”
__Não! __ protestou ela quando ele se
afastou
__Não o quê? __ perguntou ele ofegante
e Isabelle percebeu que o mesmo ocorria com ela.
Ele Voltou a beijá-la, mas dessa vez
de leve, suavemente, deixando Isabelle querendo mais. Então, ele encerrou o
beijo.
__Acho que o controle fugiu de nossas
mãos__ disse ele alterado, encostando a testa na dela. __E falando em mãos...
__Sim...?
__Acho que deveria retirar as suas.
__O que?
__Suas mãos__ ele disse, com voz
rouca.
Demorou alguns segundos para Isabelle
captar o que ele queria dizer, e o rosto dela parecia queimar de tanta
vergonha. Estava tão enlevada no beijo que não percebeu que pos as mãos nas
nádegas dele e apertava.
Ela não conseguia encará-lo!
__Vista-se milady. Seu jantar logo
será servido.
__Aonde você vai?
__Vou me embebedar.
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