terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Rapto de Isabelle - Parte II




Isabelle acordou sentindo a cabeça pesada... Sentia uma sensação estranha como se estivesse oscilando. Seria possível que se embriagara na festa de casamento? Mas não se lembrava de ter chegado lá. Tudo estava muito nebuloso... Havia retornado a igreja para pegar o leque e depois de atravessar um beco escuro não se lembrava de mais nada.
Sentindo que era observada, sentou-se na cama  e ficou estupefata... Ali bem na sua frente estava um...um... bem, se um deus grego existisse seria como aquele homem parado a sua frente.
Deixando o olhar percorre de cima a baixo pelo corpo escultural, não pode deixar de notar aquelas pernas musculosas moldadas pelas calças escandalosamente apertadas. Aqueles cabelos um pouco mais compridos do que ditava a moda e a boca... Uma boca muito sensual. E havia os olhos...olhos que emanavam um brilho perigoso... Ai como queria ser acordada e se perder naquele olhar. Certamente estava sonhando. Piscou os olhos e sacudiu a cabeça. Mas ele continuava ali.
__Vejo que acordou milady.
“Nooooooosssa que voz sensual”, pensou Isabelle, enquanto sentia-se arrepiar todinha. “Parece uma caricia aveludada.”
__Bom, suponho que sim. E poderia me dizer quem é o senhor?
__Sou Sebastian Di Romanzi, Conde de Passions.

“Sim”, pensou Isabelle. “Di Romanzi... Romanzis ardentes sob o sol do deserto, paixões escaldantes e escandalosas.”
De repente, saindo do devaneio estremeceu. “Céus, onde estava coma  cabeça para pensar tais coisas? Bom, certamente que aquele corpo sensual a sua frente nada tinha a ver com isso”

__E milady, quem é?
__Sou lady Isabelle Rivenhall D’Bochelli.
“Isabele”, pensou Sebastian. “Bella. Certamente muito bella”
__Milorde se importaria de esclarecer o que faz em meus aposentos? Creio que concordará comigo que é algo muito escandaloso de sua parte.

__Não estou em seus aposentos. Esta é uma cabine do “Piú Bella Cosa”.
__Quem?
__Não quem; mas o que. Piú Bella cosa é um navio.
__ È um nome estranho.
__Significa “coisa mais bela”, em minha língua materna.
“Oh céus, aquela era hora dele falar em língua? Não estava interessada na língua materna dele, e sim na língua interna dele em sua boca...”
__O-o que disse mesmo?

__Estamos em meu navio, navegando para a França.
__França? __gritou Isabelle, erguendo-se da cama. __Desculpe mas não pretendo viajar nesse navio com milorde.
__E o que pretende fazer para me impedir?
__Gritar?__ retrucou ela.
O riso de Sebastian deixou Isabelle mais uma vez arrepiada. Ele ficava lindo quando sorria.
__Não adianta gritar, milady. Ninguém a socorrerá por aqui. Este navio é meu, lembra-se?
__Por que me trouxe aqui?
__Pode não acreditar, mas tudo não passou de um mal-entendido. Quem deveria estar aqui era lady Carolyn Fouché e não milady. Mas meus homens acabaram por confundi-la com ela.
“Oh que afronta!!!”, pensou Isabelle. Confundiram-na com aquela lambisgóia de nariz arrebitado. Hunf!
__Quero que me leve de volta! Agora.
__Não podemos voltar. Pelo menos por enquanto...
__Mas... mas isso é um desatino! Olhe eu não conto a ninguém que me raptou, se me deixar ir embora.
__Infelizmente isso não é possível milady. Olhe devo me ausentar e providenciar algo para milady comer, sim? __ falou o belo conde e saiu deixando Isabelle com seus pensamentos turbulentos.

Não! Não! Não! Não!! Aquilo não era real.
Não podia ser real. Estava indo para a festa de casamento de sua amiga. Não podia estar num navio rumo a França, com aquele pedaço de mau caminho que era seu raptor.
Estava bêbada! Era isso! Certamente lorde Adoulfos estava ao seu lado e ela bebeu taças e mais taças de champanhe e se embriagou. E agora estava tendo aquele louco devaneio com aquele deus grego, que na verdade era italiano, e muito sexy e queria...  Oh, céus, queria como a Dannielle fazer estudos minuciosos e testes práticos com ele. Queria estudar línguas com ele...bem,   na verdade seria um estudo bilateral e biológico.
Estava perdida! Aquele projeto sensual de pirata iria ser sua perdição!

Enquanto isso, não muito longe dali...
Bem, não havia como impor distancia em um navio, não?
Sebastian andava de um lado para o outro no convés do navio. E pelo jeito iria fazer um buraco no piso!
Dio mio!! Que bela mulher!! E agora? O que faria? Não poderia voltar para Inglaterra e devolve-la! A uma altura dessas todos já deveriam estar a procura dela. E o pior! Comprometera a reputação de uma lady ao seqüestrá-la e viajar com ela numa carruagem e agora num navio.
E aquela mulher mexia com ele... muito mais do que ele gostaria. Aquela mulher era perigosa e deveria ficar longe dela. Mas o navio não era tão grande assim! Estava em maus lençóis.
Depois de quase furar o piso do navio, dirigiu-se a cozinha para providenciar algo para a lady.


Tempos depois, Seb retornou a cabine trazendo uma refeição para Isabelle. Ela levantou-se da cama imediatamente ao vê-lo entrar.
Andara sem parar numa tentativa frustrada de exploração do aposento em que se encontrava presa a contra gosto.
__Exijo que me leve de volta!
__Milady, sinto muito, mas não poso fazer isso.
__Como não? Nem mesmo sou a pessoa que queria raptar!! Deixe-me no porto mais próximo e voltarei sozinha.
__Não posso abandoná-la num porto qualquer. È uma mulher indefesa e delicada!! Não seria cavalheiresco!
__Seu senso de cavalheirismo é um tanto distorcido, não?
__Olhe..._ Seb respirou fundo, pois já estava começando a se aborrecer.__È uma mulher! E não pode viajar sozinha de volta para a Inglaterra!!
__Mas posso viajar consigo e seus homens para a França?
__Por Deus, mulher!! Quer parar de contestar tudo o que digo? Sou o capitão aqui e... Faço o que quero! Eu dou as ordens!
__Mas não manda em mim!! Ouviu bem? __Isabelle aumentou o tom.__Não vou ficar aqui sentada enquanto sou raptada e aprisionada.
__Não é uma prisioneira milady. Pode ir aonde quiser no navio, desde que não vá sem a devida companhia! Tenho uma tripulação exclusivamente masculina, portanto....
__Está dizendo que serei violada? __Isabelle interrompeu Seb com olhos arregalados. _È isso?
__Não! __Sebastian sentia vontade de puxar os cabelos! Aquela mulher iria enlouquecê-lo e deixá-lo careca!__Claro que não! Ninguém aqui lhe fará mal. Apenas não deve perambular por ai sozinha.
__Eu não perambulo, milorde. Sou uma lady. Ladies não perambulam. Elas caminham graciosamente.
__Que seja. Olha aqui tem algo pra comer. Se me der licença, tenho algumas coisas a fazer.
__E eu?
__O que tem?
__O que farei?
__Ah, as coisas que vocês mulheres sempre fazem!
__Como o quê? Compras? Visitas? Ir ao parque cavalgar? Em um navio? Como realizo essa proeza milorde?
__Olhe milady... Isabelle. Posso chamá-la de Isabelle?
__Não vejo porque não, já que sou sua prisioneira!
__Prisioneira não. Hóspede! È uma hóspede!! E muito encrenqueira, diga-se de passagem.
__Encrenqueira? Eu? Saiba que sou uma dama bem nascida e...
__Olhe!! Chega!! Não quero brigar com você!
__Não? E o que quer fazer?
Céus, ela precisava perguntar isso?
“Quero fazer amor com você, bella”, pensou Seb. Mas é claro, não iria verbalizar aquilo. Iria escandalizar a lady.
__Olha... milady... Isabelle, vou voltar para meus afazeres. Se quiser alguma coisa...
__Na verdade quero!__ Isabelle apressou-se em dizer antes que aquele pirata ranzinza fosse embora.
__Sim?
__Preciso tomar um banho. Sinto como se toda a sujeira do Tamisa  estivesse grudada em mim.
Sebastian  foi assaltado por imagens de Isabelle nua e molhada com a água do banho... pequenas gotículas deslizando pelo corpo voluptuoso, e sentiu uma ardência incomoda na virilha. Estava abobalhado, fitando a bela lady enquanto sua excitação crescia vertiginosamente, aumentando seu desconforto naquelas calças apertadas.
Será que os alfaiates não pensavam que um homem uma hora ou outra poderia ficar excitado e aquelas calças eram como a capa insignificante para um instrumento de atentado ao pudor?
Nunca conseguiria esconder o tamanho de sua... bem, sua animação com aquela roupa colada.  Melhor bater em retirada. Apressou-se para a porta.

__Milorde?
__Sim?_ ele respondeu enquanto alcançava o trinco da porta e sem se virar.
__E o meu banho?
__Vou providenciar.

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