Isabelle
passou o resto do dia presa na cabine e foi com grande surpresa e apreensão que
recebeu o bilhete se Sebastian lhe convidando para jantar. “Oh, céus, o que
faria?” Poderia... poderia voltar a encará-lo depois do que ocorreu naquela
manhã? E se toda vez que olhasse para ele lembrasse “daquilo”? Teria de dar um
jeito! Se não comparecesse, era possível
que ele voltasse com o machado e pusesse
a porta abaixo novamente.
Apesar
das apreensões, Isabelle esmerou-se na
arrumação. Não que quisesse impressionar Sebastian! Longe disto! Ele não era o seu tipo e aquela boca e aqueles
olhos e.... aquele peito largo ... e musculoso não tinham nenhum
interesse para ela!
Não.
Nada disso. Era uma lady e se comportaria como tal. Falaria e pensaria sobre coisas virtuosas e evitaria
lembrar daquele pedaço de mal caminho desnudo!
Quando
aproximou-se do horário do jantar, Horácio foi buscá-la na cabine e a conduziu
ao encontro de Sebastian. Ela entrou na cabine ocupada por ele, decidida a manter a compostura, mas foi só olhar para o
lorde e a sua determinação caiu por terra! Estava magnífico! Ai, ai,ai,ai,ai!!
Isso não iria acabar bem!
Sebastian
ouviu a batida tímida na porta e um
calafrio lhe percorreu a espinha. Tentou manter a calma e ordenou que ela
entrasse. Ela o fez, e, ele notou que parecia uma coelhinha assustada que
adentrava na toca do leão. Ele cruzou o aposento para tomar-lhe a mão.
Curvando-se numa leve mesura, ele beijou-lhe as costas da mão.
__Está
belíssima, milady!
__Obrigada
milorde.
__Gostaria
que me chamasse de Sebastian.__ pediu
ele conduzindo Isabelle para amesa e ajudando-a a sentar-se.
__Não
creio que seja apropriado, milorde.
__Minha
cara lady Isabelle, ainda não notou que já ultrapassamos os limites do que é
apropriado?__disse ele sorrindo de modo cínico.
Isabelle
mexeu o guardanapo nervosamente.
__Não
sei do que está falando.
__Tem
certeza? __ Sebastian falou erguendo uma sobrancelha e exibindo um sorriso
muito sensual.
Droga!
Daquele jeito atitudes e pensamentos virtuosos não iriam lhe ajudar em nada.
__Absoluta!
Não está calor aqui? __ perguntou ela olhando ao redor da cabine.
__Acho
que não. Está com calor,bella? Talvez um pouco de vinho
ajude a aplacar esse calor milady.
Terminaram
o jantar em silencio. Alguns minutos depois, Sebastian deu a volta á mesa e,
assistindo-a a se levantar conduziu-a até as escotilhas que se abriam para o
mar tranqüilo. Para que pudesse olhar para ela, apoiou-se a uma viga mais
próxima a escotilha. Isabelle por sua vez, manteve os olhos fixos no oceano.
__O
mar é muito bonito, não acha?
__Muito.
Por
mais que se esforçasse, Isabelle não conseguia ignorar a presença tão vivida e
marcante ao seu lado. E o olhar que ele lhe dirigia ... de tão intenso, parecia tangível. De uma momento
para o outro, o coração dela disparou. E quanto mais o silencio se prolongava,
mais nervosa ficava. Estava a beira da explosão, quando virou-se para
encará-lo.
__O
que foi? __ perguntou ríspida. __Fiquei verde, por acaso?
Mas
ele nada respondeu. Afastando-se da viga, Sebastian foi se colocar diante dela. Isabelle mordeu o lábio. Era como se sentisse
o calor do corpo dele transmitindo-se para o seu. O ar ao redor de ambos
parecia carregado de uma energia que ela desconhecia. Erguendo uma das mãos ele começou a acariciar seu rosto.
“Ah,
não” pensou Isabelle. “De novo não.”
Mas
não adiantava recriminar-se. Seu corpo já reagia ao toque sensual de Sebastian.
__Milorde,
o que pensa...
__Diga
o meu nome.
__O-o
que?
__Quero
que diga o meu nome, bella.__ pediu ele acariciando a
curva do seu pescoço.
O
coração de Isabelle disparava no peito. Ela arfava ante aquele toque.
__Não
creio que seja...
__Vamos,
bella.
Quero ouvi-la dizer o meu nome. Vamos, diga. Diga para mim!
__Se-Sebastian.
Ao
ouvir como soava seu nome de batismo nos lábios de Isabelle, Sebastian quase
perdia o pouco controle que conseguia manter. Oh, como desejava ouvi-lo de novo;
que ela o dissesse outra vez com aquela voz tão suave e sedutora.
__Diga
outra vez__pediu com voz rouca, fitando seus lábios.
__Sebastian.
Um
sorriso desenhou-se nos lábios dele. Então inclinou mais a cabeça e Isabelle
preparou-se para receber um beijo, mas
em vez disso ele apertou os lábios sobre a veia que palpitava irregularmente na
parte lateral do seu pescoço.
Os
lábios dele eram quentes e suaves. Ela tentou manter-se firma, aparentar que
ele não a excitava, nem a fazia tremer feito um pudim. Uma sinfonia de
necessidades e sensações estavam a invadi-la, sem que ela pudesse fazer nada
para remediar. A boca de Sebastian moveu-se para cima, brincando com a sua
orelha e depois deu beijos úmidos ao longo de sua face.
Isabelle
tentou não prestar atenção ao desejo irrefreável que a invadia, respirou
profundamente e, tentou manter-se tão distante quanto qualquer mulher podia
quando um homem estava a lisonjear seu corpo com mil caricias delicadas. Mas quando ele
começou a beijá-la por todo o rosto, exceto nos lábios, ficou surpreendida ao
descobrir como ansiava pela boca dele sobre a dela. Oh, como desejava que a
beijasse outra vez na boca.